Difícil de definir, fácil de reconhecer, o novo é a busca declarada do artista argentino Federico Lamas, que ganhou o Prêmio Investigações Contemporâneas do 15º Videobrasil com o vídeo Roger. Tema do 16º FF>>Dossier, o segundo de uma série dedicada aos artistas premiados pelo Festival, o jovem realizador, designer e VJ estende sua visão - e sua determinação de “duvidar da técnica” - por campos tão diversos quanto a construção da narrativa e a direção dos atores, a música e a direção de arte. Em Roger, constrói um híbrido delicado e impactante de cinema e obra plástica. Ou, nas palavras do crítico Tom Morton, da revista Frieze, que assina o ensaio sobre Lamas publicado aqui, “o perfeito equilíbrio entre humor, estranheza e decepção amorosa”. 

Roger é a síntese de uma produção que flerta com o pop/eletrônico, com o cinema e com o teatro, construindo narrativas hábeis e incomuns a partir de achados visuais e de soluções técnicas particulares. Das imagens em falso 3-D que colocam um elemento onírico no clipe da faixa Hawaii, da banda Mataplantas, às legendas do plano-seqüência Hey! (Despierto/dormido), que fazem pensar em rotuladores domésticos. “É importante criar essa excitação que sentimos ao ver uma coisa nova, ao sermos surpreendidos”, diz Lamas na Entrevista. “Só com isso já conseguimos, digamos, uma fidelidade do olhar do outro; em troca disso, ele vai nos dar o tempo dele para ver onde aquilo vai terminar.”

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