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Depoimento Otávio Donasci
Vídeo-Teatro: A Máscara Eletrônica
A máscara sempre esteve presente na cultura humana: no ritual, no teatro e até no cotidiano (o que é a maquiagem?).
A resposta sobre o porquê da máscara se perde no passado. E o processo mágico de se vestir outro ser é renovado sempre na cultura popular e no teatro.
Talvez as máscaras sejam seres que fomos ou que gostaríamos de ser.
Ao estudar a máscara, mais precisamente, a exppressão e a linguagem do teatro, eu senti a falta das possibilidades que o vídeo dá, coisa que já havia notado em trabalhos anteriores.
Descobri que o ator (unidade fundamental do teatro) compunha-se da expressão facial e corporal na mesma proporção.
Então, substitui metade de um ator (seu rosto) por um monitor de vídeo, onde trabalharia sua expressão facial.
Esta costura eletrônica gerou um ser na boa tradição dos Frankstein: que assusta porque é diferente. E que é engraçado, porque é diferente.
Para mim, é mais do que um trabalho isolado: é uma proposta de linguagem híbrida, com as vantagens do hibridismo.
Os pontos de cruzamento entre o teatro e o vídeo são únicos. Daí, as possibilidades que só o Videoteatro pode explorar: como numa cena de morte, onde o rosto do cadáver se desfoca ou um ser raivoso em que a boca entra em close ocupando toda a cabeça do ser.