A exposição Especial 40 Anos foi uma imersão no acervo da Associação Cultural Videobrasil. Constituído ao longo de uma trajetória de 40 anos, nele são conservadas mais de três mil obras em vídeo da recente produção audiovisual brasileira e das regiões do Sul Global – entre as que participaram das mostras competitivas dos festivais e mais uma série de aquisições, comissionamentos e doações. A exposição foi composta por um conjunto múltiplo de modos de imersão. As linhas do tempo se organizavam em torno de obras que marcaram cada uma das 22 edições do Videobrasil e de quatro documentários disponíveis nos iPads, que traziam as vozes de artistas, de teóricos e do público. A sequência de obras que compunham as linhas do tempo foi exibida em uma mostra em quatro TVs cubo. Somavam-se à linha do tempo um programa de vídeo e poesia em loop na Tela LED, que transcendia um certo gênero para revelar atravessamentos entre imagens e palavras, além de quinze programas disponíveis na Videoteca. Eles propunham percursos temáticos, entre panoramas históricos e vozes de regiões específicas do Sul Global. O título foi extraído de um verso do poema Orfeu do Roncador (2007), de Waly Salomão, que convida a novas travessias: “Nado no grande livro aberto do mundo". A mostra incluia também fragmentos da Biblioteca de grifos do poeta. São páginas dos livros da biblioteca pessoal de Waly Salomão que contêm suas anotações, marcações e grafismos selecionados por Anna Dantes e Omar Salomão. Para completar, a Biblioteca Ideal: um acervo vivo de publicações de referência sugeridas pela equipe curatorial da 22ª Bienal, pelas curadoras do programa educativo, por artistas, por convidados do ciclo Vivências na Bienal e por outros colaboradores. A celebração dos 40 anos do Videobrasil também reunia a série Artigos Históricos, que consistia em um conjunto de textos destacando os principais acontecimentos de cada umas das 21 edições do festival já realizadas, tratando tanto das obras apresentadas e dos artistas participantes quanto do contexto político e social da época.

Os elementos – obras em vídeo, objetos, marcas gráficas – e as relações que compunham as quatro linhas do tempo da exposição Especial 40 anos podem ser percorridas na versão online da mostra, disponível aqui.

BIBLIOTECA DE GRIFOS


Com título criado pelo músico Marcelo Yuka, reuniu livros da coleção pessoal de Waly Salomão, selecionados por Omar Salomão e Anna Dantes. Expostos em uma vitrine, eles revelavam seus grafismos, anotações e poemas inéditos, enquanto reproduções dos textos grifados compõem uma intervenção no espaço expositivo. Mais uma homenagem a Salomão, a biblioteca apresentou outras edições possíveis de sua memória.


BIBLIOTECA IDEAL


Disponível para a consulta do público, foi um acervo vivo de publicações sugeridas pela equipe curatorial da Bienal. Foi expandida ao longo da mostra por contribuições de artistas, membros do júri, convidados dos Programas públicos e outros participantes. Inspirou-se no livro Une bibliothèque idèale, de Koyo Kouoh e Nana Ofariatta Ayim (Raw Material Company, 2012), que esboça uma cartografia das influências bibliográficas da arte contemporânea do Sul Global a partir de indicações de curadores, artistas e escritores.


VIDEOTECA | O GRANDE LIVRO ABERTO DO MUNDO


Complementando o panorama apresentado pela exposição Especial 40 anos, a videoteca oferecia ao público quinze programas com mais de uma centena de vídeos do Acervo Histórico do Videobrasil, representativos da produção de diferentes regiões e gerações. Eles estavam organizados em eixos temáticos, entre panoramas históricos e vozes de regiões específicas do Sul Global. O título foi extraído de um verso do poema Orfeu do Roncador (2007), de Waly Salomão, que convida a novas travessias: "Nado no grande livro aberto do mundo".