VIDEOBRASIL 40 | 20º Videobrasil

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postado em 31/01/2024

Em período de crises e retrocessos, Panoramas do Sul reflete sobre traumas do passado e aponta caminhos possíveis para o futuro

   

Quando Jaime Lauriano produziu, em 2014, o vídeo O Brasil – montado a partir de reportagens de jornal e vídeos de propaganda produzidos pelo governo militar nos primeiros anos após o golpe de 1964 –, o artista ainda não havia testemunhado uma outra fratura política traumática da história do país, o golpe parlamentar que destituiu a presidenta de esquerda Dilma Rousseff em 2016. Mas quando o trabalho foi apresentado e premiado no 20º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil*, em outubro de 2017, este processo possibilitado pela ascensão da extrema direita e do discurso nacionalista já havia se concretizado. O país, de algum modo, revisitava um dos piores momentos de seu passado, e o trabalho de Lauriano nos relembrava que uma parcela reacionária da sociedade brasileira seguia viva, atuante e poderosa.

 

 

Foi nesse contexto interno conturbado – marcado também pelos excessos da operação Lava Jato, pela condenação injusta do ex-presidente Lula e pelo crescimento eleitoral de Jair Bolsonaro (um entusiasta da ditadura e de torturadores que nela atuaram) – que o festival foi realizado, ocupando diversos espaços do Sesc Pompeia ao longo de quase quatro meses. A tônica diretamente política não foi a única marca de uma exposição diversa e plural, montada sob o tema Teoria das Constelações. Mas discussões políticas sobre história, memória, desigualdade social, guerras e xenofobia eram levantadas em uma série de trabalhos dos 50 artistas de 25 países participantes da mostra Panoramas do Sul. Perspectivas sobre estes temas concebidas no sul geopolítico do globo se mostravam cada vez mais relevantes e necessárias em um mundo que também assistia ao fortalecimento de governantes autoritários como Donald Trump (EUA) e Viktor Orbán (Hungria) e vivia um aprofundamento intenso da crise climática.

“Não é surpresa que uma produção desde sempre pautada pela ideia de resistência e pela vocação política floresça e se refine em um momento de crise instalada, retrocesso, perda de conquistas e incerteza absoluta”, escrevia Solange Oliveira Farkas, diretora artística do festival que tinha como curadores convidados Ana Pato, Beatriz Lemos, Diego Matos e João Laia. “Na medida em que nos aprofundamos em um ciclo de posições extremistas que pode nos levar para qualquer lugar, o desejo de elaborar uma narrativa simbólica à altura das questões deixadas como herança pelo nosso passado torna-se mais e mais premente – assim como o de rever ideias de futuro que faliram, para, por que não, desenhar uma perspectiva menos tenebrosa que a que temos à frente”, concluía ela. 

Assim como Lauriano, o artista Rafael Pagatini tratava dos tempos da ditadura militar brasileira em DOPS, instalação criada a partir de documentos do Departamento de Ordem Política e Social, órgão de repressão do período. Também apresentado em Panoramas do Sul, o vídeo Escolas, de Graziela Kunsch, se baseia na história mais recente do país ao enfocar o levante de estudantes secundaristas que ocupou mais de duzentas escolas no estado de São Paulo, em 2015, em protesto contra a decisão do governo de fechar instituições de ensino. Por sua vez, a instalação Museu do estrangeiro, de Ícaro Lima, concebia um acervo móvel em mutação – criado em colaboração com imigrantes da África, Oriente Médio e Caribe – que tratava de imigração e exílio na cidade de São Paulo. 

De diferentes cantos do globo, também apresentavam conexão estreita com temas latentes da contemporaneidade obras como Transmission from the liberated zones, da portuguesa Filipa César, vídeo que se debruça sobre a história de Guiné-Bissau a partir do envolvimento de quatro suecos na luta que levou o país à libertação do colonialismo português, em 1974; ¿Por qué disparan?, da argentina Mariana Rodríguez, vídeo que parte das imagens encontradas em celulares de estudantes desaparecidos na cidade de Iguala (México), de onde partiriam para participar de protestos na Cidade do México, em 2014; e Vuon Bau Xanh Tuoi, vídeo do vietnamita Quy Minh Truong que registra um velho agricultor relembrando a carnificina que testemunhou quando era jovem e lutou na Guerra Cambojana-Vietnamita no fim dos anos 1970. Em matéria publicada na Agência Brasil, Solange ressaltava que o caráter político dos trabalhos não fazia deles obras panfletárias ou puramente descritivas: "Os artistas se alimentam dessas questões nas suas obras e trazem um comentário não apenas de relato, mas também com as suas poéticas, sugestões e novas narrativas que, às vezes, apontam um caminho futuro menos sombrio”. 
 

 

 

A diversidade de temas 

Os conjuntos temáticos definidos pelos curadores em sua Teoria das Constelações partiam ainda para outros rumos, como se percebe pelas seis “constelações” propostas: Cosmovisões; Ecologias; Reinvenção da Cultura; Políticas de resistência; Histórias invisíveis; e Outros modernismos. Apesar desta divisão conceitual, misturas e hibridismos eram visíveis nas obras, que não necessariamente se encaixam em um único eixo. “Nestes tempos instáveis, práticas artísticas borram fronteiras entre as ciências e nos levam em uma viagem à origem da história, das sociedades e da Terra. Reverbera-se, assim, o estudo da vida, da evolução do universo, das dinâmicas dos grupos sociais ao longo da história, bem como da invenção de novas formas de fazer política”, escreviam os curadores em texto de apresentação do festival. “As obras reunidas no contexto da exposição permitem fazer uma leitura integrada de arte, cultura, astronomia, biologia, história, geografia etc.” Tratava-se, diziam eles, de um conjunto que abarcava menos a precisão do campo científico e mais a imprecisão, a experimentação e as relações possíveis entre arte e ciência.

Neste sentido, chamaram atenção obras como Centro espacial satelital de Colombia, da dupla colombiana La Decanatura (Elkin Calderón e Diego Piñeros), vídeo que registra uma jovem orquestra sinfônica tocando – em uma espécie de homenagem – ao redor das antenas e laboratórios do centro de comunicações espaciais do país, local que caíu em esquecimento e quase foi engolido pela paisagem. Ciudad Maya, por sua vez, vídeo do mexicano Andrés Padilla Domene, constrói um misto de ficção científica e documentário ao mostrar jovens exploradores que manipulam aparatos tecnológicos para investigar um sítio arqueológico em ruínas na cidade mexicana de Mérida, questionando preconceitos e clichês associados ao povo indígena desaparecido.

Ligados mais diretamente à “reinvenção da cultura”, ou seja, às resistências ou transformações das práticas culturais em diferentes regiões do globo, uma série de obras destacava universos simbólicos tradicionais ou inovadores em um mundo marcado por tensões. O vídeo Faz que vai, da dupla Barbara Wagner e Benjamin de Burca, exibido no Sesc Pompeia em uma grande tela suspensa, colocava em xeque a pureza atribuída ao frevo por governantes que o promovem como expressão folclórica pernambucana. A tensão entre cultura popular e cultura de massas, além de questões de raça, classe e gênero, surgem nos quatro atos em que bailarinos misturam movimentos do frevo a ritmos contemporâneos como funk, swingueira, electro e vogue. 

De outro canto do globo, Ajeeb Aashiq, da indiana Natasha Mendonca, narra o cotidiano de uma mulher cis e de um homem trans que buscam a liberdade em meio a uma cultura de violência e misoginia. Alternando drama e poesia, o filme propõe um exercício de imaginação sobre novas formas de se viver, além de trazer à tona aspectos da geopolítica e da cultura de Mumbai. Também do continente asiático, a sul-coreana Jiwon Choi apresentou no festival Parallel, uma montagem audiovisual frenética de elementos da vida de seu país, mesclando desde os programas de auditório e apresentações de bandas de K-Pop até o exército nacional em marcha e cenas da atuação de políticos de destaque. Um retrato do conflito entre diferentes realidades e ideologias surge no vídeo, ainda, no relato do avô da artista sobre sua fuga do Norte para o Sul da Coreia.

Ao discorrer sobre estas e outras obras de Panoramas do Sul, os curadores escreviam no catálogo: “As vozes simbolicamente vindas de outros lugares de partida que antes estavam à margem agora procuram qualificar uma nova ordem, diversa ao império moderno, às grandes narrativas históricas que deixaram um legado traumático e ao cientificismo de outra hora que nos fez crer na onipotência do homem e sua tecnologia”. Foram também os legados traumáticos, neste caso aqueles relativos a povos escravizados no Benin e trazidos ao Brasil, que pautaram a criação de Kaleta/Kaleta, de Emo de Medeiros. Espécie de instalação performática imersiva, a obra trazia elementos festivos como música e o uso de máscaras coloridas para criar um ambiente inspirado na Kaleta, festividade do Benin que parece misturar traços do Carnaval brasileiro e do Halloween norte-americano. 
 

 

 

   

Performances

A ativação de Kaleta/Kaleta na semana de abertura do 20º Festival foi uma das várias performances que marcaram uma edição com grande foco nesta linguagem. Entre elas estavam também três trabalhos de artistas portugueses: LUTA CA CABA INDA, mais uma obra de Filipa César relacionada ao movimento de libertação em Guiné-Bissau, partia da pesquisa da artista no acervo do Instituto Nacional do Cinema e Audiovisual do país africano para conceber uma obra que reunia a exibição de um filme, um debate e um jantar organizado junto ao coletivo de imigrantes Iada África. O artista Pedro Barateiro, por sua vez, apresentou Tristes selvagens, ação baseada na leitura de um texto escrito a partir de notícias fictícias sobre uma praga que afeta palmeiras em Portugal e se alastra pelo sul da Europa. Enquanto projetava imagens, o artista deixava no ar as perguntas: “Por que as palmeiras são símbolo de desejo? Será́ por esse motivo que suas folhas estão sendo queimadas? Resta-nos ser ainda mais selvagens ou menos selvagens, mais ou menos animais? Quem são os bárbaros de hoje? Talvez os agentes da bolsa de Wall Street (...)?”. Ainda do país ibérico, a dupla Von Calhau!, formada por Marta Ângela e João Alves, apresentou Tau Tau, um concerto “cênico-sonoro” realizado no teatro do Sesc Pompeia com instrumentos musicais e grandes objetos infláveis.

A brasileira Mabe Bethônico, por sua vez, apresentou Histórias minerais extraordinárias, obra que partia da instalação de mesmo nome exposta em Panoramas e se desdobrava em uma conferência performada, em debates e em um projeto editorial. Baseado em três personagens da história da Suíça, o trabalho sobrepõe fronteiras entre geografia, ufologia e ficção. Completavam a lista de obras performáticas da edição The Black Mamba, de Natasha Mendonca em parceria com a também indiana Suman Sridhar; Here and There, do libanês Roy Dib; e duas obras vinculadas ao Museu do estrangeiro de Ícaro Lima: Satellite Musique, apresentação musical de um grupo de imigrantes haitianos; e "Caminho do Refúgio", do congolês Shambuyi Wetu, outra ação que trazia à tona os debates sobre deslocamentos e desigualdades globais levantados no festival. Em entrevista à Folha, Wetu – que veio ao Brasil fugindo da guerra em seu país – afirmava: "O caminho do refugiado não tem fim. É um caminho que qualquer um de nós pode passar, ser submetido, dependendo das circunstâncias políticas, religiosas, raciais e do momento histórico".

O trabalho de Lima foi tematizado, ainda, em uma das mesas dos Programas Públicos, uma série de conversas e aulas-abertas dedicadas a aprofundar questões levantadas em Panoramas do Sul. Participaram das atividades nomes de diferentes áreas como o crítico literário e pesquisador Márcio Seligmann-Silva, o crítico de arquitetura e curador Guilherme Wisnik, o artista Vitor Cesar e o designer Felipe Kaizer (responsáveis pela identidade visual da edição), além dos curadores do festival e artistas participantes da exposição.
 

 

 

 

Premiação 

Ao todo, foram premiados dez artistas na edição – a partir das escolhas do júri internacional formado pelos curadores Chus Martinez (Espanha/Suíça), Lisette Lagnado (Congo/Brasil), Marina Fokidis (Grécia), Pablo León de la Barra (México) e Salah M. Hassan (Sudão/EUA). Seguindo a política de fortalecimento de redes internacionais estabelecida pelo Videobrasil desde o início dos anos 2000, cinco deles foram agraciados com residências artísticas em instituições de diferentes países: o dominicano Engel Leonardo ficou com a residência no Kyoto Art Center (Japão); Elkin Calderón e Diego Piñeros (La Decanatura) ganharam o Prêmio de residência Pro Helvetia (Suíça); Emo de Medeiros foi agraciado com um período na residência Vila Sul do Goethe-Institut (Brasil); Graziela Kunsch ficou com a residência no Ujazdowski Castle Centre for Contemporary Art (Polônia); e Natasha Mendonca foi premiada com um período de residência no Wexner Center for the Arts (EUA).

Além deles, Jaime Lauriano ficou com o O.F.F. – Ostrovsky Family fund award pelos vídeos O Brasil e Morte Súbita; e a portuguesa Filipa César, o vietnamita Quy Minh Truong e a dupla Barbara Wagner e Benjamin de Burca receberam os prêmios de Aquisição Acervo Sesc de Arte, tendo suas obras incorporadas à coleção da instituição. Todos os agraciados levaram também o troféu original produzido pela artista Flavia Ribeiro, um pássaro de bronze banhado a ouro, coberto com um pequeno pedaço de veludo vermelho. A peça de feição delicada e pequenas dimensões, explicava a artista, opunha-se ao caráter grandioso usualmente associado a premiações, relacionando-se mais às ideias de generosidade e acolhimento do que às de competição e superioridade.

Por fim, atrelada aos temas do festival foi lançada a publicação Uma comunidade múltipla, segundo livro da série Leituras, criada na edição anterior do evento. Com coordenação de Solange e Teté Martinho e curadoria editorial de João Laia, a obra reúne textos de nomes como o artista tailandês Apichatpong Weerasethakul, a pesquisadora e professora americana Donna Haraway, a escritora e artista Sophia Al-Maria e a estudiosa de assuntos literários e culturais indiana Leela Gandhi. “A série Leituras foi criada para dar vazão às reverberações dessa contribuição valiosa [que emerge do Sul global], e ainda insuficientemente apreciada, no plano do pensamento”, escrevia Solange. “Visuais ou textuais, irônicas ou poéticas, densas ou enganosamente ligeiras, as contribuições têm em comum o fato de não condescender diante de convenções arraigadas, sejam aquelas que separam irrevogavelmente os campos do conhecimento, sejam as que determinam quem são os vencedores e os perdedores da história.”

Em um mundo contraditório, que de um lado assistia ao fortalecimento de lutas sociais e políticas importantes e de outro testemunhava retrocessos brutais, atrelados ao fortalecimento de nacionalismos e autoritarismos, o 20º Festival apresentou trabalhos que traziam à tona “o desejo da arte de ampliar e subverter nossas concepções de mundo”, como escreviam os curadores. Infelizmente, o ambiente de crise que predominava naquele contexto não seria atenuado nos anos seguintes – algo representado, entre tantos outros exemplos, pela eleição de um presidente de extrema-direita no Brasil no fim de 2018. Não à toa, as discussões sobre a violência do nacionalismo e sobre as possibilidades de se pensar outros modos de organização (que prescindem da existência do Estado) se mostrariam ainda mais fortes na 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, realizada dois anos depois sob o título Comunidades imaginadas. “A emergência de novas narrativas, que reivindicam espaço e lugares de escuta, e o movimento intenso de reconfiguração sociopolítica são características destes tempos, marcados pela iminência de crise em todos os âmbitos”, concluía Solange.
 

 

Por Marcos Grinspum Ferraz

*a nomenclatura utilizada para intitular a principal mostra organizada pelo Videobrasil, hoje chamada Bienal Sesc_Videobrasil, passou por adequações ao longo dos anos. As mudanças se deram a partir da percepção dos organizadores sobre as características de cada edição, especialmente no que se refere ao seu formato; duração; periodicidade; parcerias com outras empresas e instituições; e à expansão das linguagens artísticas apresentadas. Os principais reajustes no título das mostras foram: inserção do nome da empresa parceira Fotoptica entre a 2ª (1984) e a 8ª (1990) edições; a inclusão da palavra “internacional” entre a 8ª e a 17ª (2011) edições, a partir do momento em que o evento passa a receber de modo intensivo artistas e obras estrangeiros; o uso do termo “arte eletrônica” entre a 10ª (1994) e a 16ª (2007) edições, quando se percebe que a referência apenas ao vídeo não dava conta dos trabalhos apresentados; a inclusão do nome do Sesc, principal parceiro da mostra nas últimas três décadas, a partir da 16ª edição; e a substituição de “arte eletrônica” por “arte contemporânea” entre a 17ª edição e a 21ª (2019) edições, a partir do momento em que o foco se expande para as mais variadas linguagens artísticas. A mais recente mudança significativa se deu em 2019, na 21ª edição, quando o nome festival é substituído por bienal, termo mais adequado a um evento que já vinha sendo realizado bianualmente e com uma duração expositiva de meses, não mais semanas.

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Imagens:
Acervo Histórico Videobrasil
Denise Andrade, Everton Ballardin e Pedro N. Prata / Acervo Histórico Videobrasil 

1. Cartaz do vigésimo Videobrasil, por Vitor César e Felipe Kaizer.

Galeria 1
1. “Faz que vai”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, e “Contornos”, de Ximena Garrido-Lecca.
2. Curadores da bienal.
3. “Bem-vindo, presidente!”, de Rafael Pagatini.
4. Vista geral da exposição.
5. Artistas, curadores e júri na cerimônia de premiação.
6. Público assiste à performance “Histórias minerais extraordinárias”, de Mabe Bethônico.
7. Solange Oliveira Farkas e os jurados da edição.
8. Solange Oliveira Farkas.

Galeria 2
1." O Brasil", de Jaime Lauriano
2. "Pisos", de Engel Leonardo
3. "Centro espacial satelital de Colombia", de La Decanatura
4. "Kaleta_Kaleta", de Emo de Medeiros
5. "Escolas", de Graziela Kunsch
6. "Ajeeb Aashiq", de Natasha Mendonca
7. "Ciudad Maya", de Andrés Padilla Domene
8. "Faz que vai", de Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca
9. "Transmission from the liberated zones", de Filipa César
10. "Vuon Bau Xanh Tuoi", de Quy Minh Truong
11. "Parallel", de Jiwon Choi

Galeria 3
1. "Here and There", performance do libanês Roy Dib.
2. Performance “Caminho do Refúgio”, de Shambuyi Wetu.
3. Performance de Suman Sridhar e Natasha Mendonca.
4. Público assiste “LUTA CA CABA INDA”, de Filipa César.
5. “Kaleta/Kaleta”, videoinstalação e performance de Emo de Medeiros.
6. Obras de Alia Farid, Emo de Medeiros e de Köken Ergun.
7. Vista geral da exposição.
8. Troféus produzidos por Flavia Ribeiro.
9. Artistas participantes da exposição.