Texto de curadoria geral Solange Farkas, 1989
O balanço destes 7 anos de Festival Fotoptica Videobrasil é muito positivo e alentador. Cada ano temos o privilégio de acompanhar e analisar a evolução das pesquisas, e das experiências tanto no plano da qualidade como dos temas abordados. Temos visto como estes encontros estimulam a criação, atraem a atenção do público e amplificam a difusão dos trabalhos. Uma parte dos vídeos selecionados e premiados tem percorrido sistematicamente nestes anos, aproximadamente 20 cidades brasileiras e embora timidamente, alguns festivais e mostras internacionais. E assim o vídeo tem se expandido graças aos esforços de pessoas e instituições preocupadas e conscientes do desafio que isto representa em termos de valor e transformação de mentalidades.
Sabemos avaliar que festivais servem como estímulo à criação, mas infelizmente não tem sido suficientemente eficiente como estimulador do mercado. Sabemos também que este estímulo se dará na medida em que se amplie e diversifique a difusão destes trabalhos, na criação de uma rede de difusão e articulação dos nossos criadores frente a abertura de novas televisões, de novos sistemas de difusão e reprodução da imagem destinadas ao grande público.
Nesta sétima edição do Videobrasil, com a preciosa colaboração de algumas empresas, instituições, amigos e profissionais sensíveis a esta batalha, acredito estarmos iniciando um importante processo de difusão internacional deste trabalho com a presença e participação de personalidades de vários países da Europa e do Brasil ligadas à criação, produção, distribuição e difusão desta arte ainda em gestação. Vamos trabalhar para a evolução e continuidade destes intercâmbios.
Texto de apresentação Fernando Morais, 1989
No próximo ano a televisão brasileira completará 40 anos de atividade. Aqui em São Paulo, onde ela surgiu, além da inauguração de três novos canais de UHF até o final deste ano, e de algumas TVs locais com transmissões diferenciadas, o maior desafio para os produtores independentes continua sendo a veiculação de seus trabalhos no ar.
O vídeo invade como um elemento multiplicador todas as áreas da cultura: do teatro à música, do cinema às artes plásticas, atuando como suporte ou registro e mesmo como protagonista do evento.
Há sete anos o Festival Fotoptica Videobrasil vem estimulando e apoiando produtores e produtoras de São Paulo e até mesmo de outros Estados.
Este ano a Secretaria de Estado de Cultura estará anunciando no Videobrasil os vencedores do Prêmio Estímulo para Vídeo 89, que é o resultado do incentivo à realizações em todos os gêneros e formatos.
Vídeo também é cultura, obviamente. Assim, é com prazer que a secretaria anuncia que ainda no mês de setembro lançará o Circuito Paulista de Vídeo: mostras itinerantes que percorrerão 60 cidades do interior do Estado. Vídeo é arte ligada à mais sofisticada tecnologia e é também, uma máquina de registro da memória do nosso tempo.
Texto de apresentação Thomaz Farkas, 1989
Divulgar e promover a produção de vídeos nacionais no País tem sido uma tarefa incansável dos realizadores do Festival Fotoptica Videobrasil, que este ano chega à sua sétima edição. Um momento particular onde estamos dando um passo importante ao internacionalizar a mostra – trazendo profissionais de fora e propiciando aos nossos competidores um contato mais próximo com o Exterior. Acredito até que esse saudável intercâmbio torne-se produtivo e renda bons frutos. Principalmente porque ao internacionalizarmos o vídeo daremos-lhe uma linguagem mundial, única. Chegamos a isso, aqui no Festival, pela persistência de seus realizadores que sempre abrigaram nesse espaço, sem discriminação, uma geração que tanto lidava com o vídeo profissionalmente quanto aquela vinda do amadorismo do cinema, do Super-8 e do 16 mm. Ambos, profissionais e amadores, tiveram aqui a sua vez. Brigaram pelo seu trabalho e, principalmente, por uma mercado de exibição de suas produções.