Que impacto têm sobre a narrativa elementos que já estão ao alcance da produção artística contemporânea, como a interação e as atuações em rede? Que novas formas de hibridização apontam para o campo da imagem em movimento no século 21? Como se estruturam, em relação aos procedimentos de experimentação da arte contemporânea, as imagens e seus circuitos no nosso tempo?
Em uma série de quatro debates, artistas, curadores e pesquisadores se debruçam sobre os temas desenhados em conjunto com os departamentos de Cinema, Rádio e Televisão e Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Texto institucional 2007
A proposta deste seminário, uma parceria entre a Associação Cultural Videobrasil, o Departamento de Cinema, Rádio e Televisão e o Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da USP, é trazer para o debate temas que, vistos em conjunto, apontam para os diversos caminhos que a arte eletrônica percorre no mundo todo, inclusive no Brasil, em sua mistura de procedimentos artísticos, rearranjos das tradições e rupturas de linguagem.
Dessa forma, realizadores e pesquisadores convidados são instados a discutir temas como: os caminhos que a arte da imagem toma no século 21 em suas intersecções entre as diversas mídias, configurando (Des)limites e hibridizações; ou a tensão que se estabelece entre obra, artista e público, em que se aponta uma nova fruição marcada pelo jogo de contemplações e intervenções. E, ainda, os procedimentos e interfaces de mediação que reconfiguram a arte dos tempos atuais, sobretudo através da incorporação de dispositivos de mídias móveis e de redes digitais, além das opções de múltiplas narrativas que geram significações específicas nesta arte da atualidade.
Para efeito de organização, distribuímos este seminário não exatamente por tendências atuais, pois estas seriam pouco precisas, mas em função de conceitos. Esses conceitos procuram dar conta de alguns dos
desafios propostos pelas poéticas tecnológicas em torno das quais se aglutinam artistas e pesquisadores. Eles não encerram o assunto, mas incitam o debate sobre a relação entre cinema, vídeo e arte, proposta curatorial do 16o Videobrasil.
Esses conceitos são: hibridizações, mídias e experimentações, ações e contemplações, narrativas múltiplas. Cada mesa foi pensada a partir de um deles, e esperamos que os debates avancem o entendimento sobre os efeitos destas imbricações contemporâneas.
O eixo Zona de Reflexão propõe também uma atividade voltada para a prática televisiva: a transmissão ao vivo, via internet, de todos os debates.
Em edições anteriores, o Festival dialogou com diversas modalidades de mídia, tendo colocado suas atividades em plataformas que vão de inserções nas redes de televisão aberta às transmissões via Videowall e TV de Rua, passando por conexões via videofone além de “mini-TV”, videojornal ou videojornow.
Neste momento em que a TV digital está prestes a ser implantada no país, e diante do crescente uso de tecnologia de IPTV e de conteúdos gerados pelos usuários na Web 2.0, o 16° Videobrasil se aventura a experimentar em WebTV/Streaming, ao mesmo tempo em que se discutem os novos rumos da arte eletrônica.
ASSOCIAÇÃO CULTURAL VIDEOBRASIL. "16º Festival Internacional de Arte Eletrônica SESC_Videobrasil": de 30 de setembro a 25 de outubro de 2007, p.16-17, Edições SESC SP, São Paulo-SP, 2007, p. 230 - 231.