Um dos mais importantes artistas libaneses em atividade, Akram Zaatari é autor de uma obra que reflete, em filmes, videoinstalações e textos, sobre a importância das imagens como fragmentos de uma época e suas complexas relações com a política, o desejo e a memória. Em Amanhã vai ficar tudo bem, essas relações emergem uma vez mais e nos dão uma imagem desta época, tal como vista do Líbano contemporâneo. Tomando seu título de uma das obras que a integra, a exposição anuncia a esperança de um tempo futuro, quando as promessas de hoje possam, quem sabe, florescer.
As seis videoinstalações reunidas aqui transitam entre o espaço público e a esfera privada, por um lado, e entre imagens do passado e uma expectativa do futuro, por outro, investigando, ao mesmo tempo, a expressão delicada de um certo homoerotismo e aspectos do contexto social libanês. Em sua dimensão pública, Amanhã vai ficar tudo bem deixa ver a predileção de Zaatari por fontes anônimas ou populares e sua pequena história, que às vezes lança uma luz poderosa sobre o presente. O artista opera, assim, como um documentarista ou arqueólogo: faz emergir o passado para produzir um retrato de nossa sensibilidade que sintetize a última imagem de um mundo acabado e as primeiras daquele por vir.
Em sua exploração da imagem do desejo, recolhida aos nichos do espaço expositivo, as videoinstalações elaboram uma espécie de crônica do amor perdido, evocado a partir de cartas, fitas de vídeo e imagens. Nelas, o afeto homoerótico surge em lugares abstratos, quase totalmente excluídos de uma geografia real, como se a memória do desejo descolasse os objetos de seus contextos, destacando-os e rearranjando-os. Mesmo Hamra, rua de Beirute que é pretexto e cenário de uma dessas obras, surge só como imagem projetada e, portanto, fantasmagórica, desprovida de materialidade.
Amanhã vai ficar tudo bem é a primeira individual de Akram Zaatari no Brasil e coroa uma colaboração de exatos vinte anos entre o artista e a Associação Cultural Videobrasil. Sua participação em edições diversas do Festival é explorada em profundidade no Arquivo Akram Zaatari, espécie de exposição dentro da exposição que contempla, por meio de obras, entrevistas, publicações e textos, a significativa presença de Zaatari no Acervo Videobrasil. Desse modo, o Galpão VB dá prosseguimento a sua política de ativações do Acervo e ao compromisso de trazer a produção mais expressiva da arte contemporânea internacional para a cidade.
Solange O. Farkas
Gabriel Bogossian
Curadores
Ministério da Cultura e Associação Cultural Videobrasil apresentam
Amanhã vai ficar tudo bem
Akram Zaatari
CURADORIA
Solange O. Farkas
Gabriel Bogossian
_ASSISTENTE
Camila Schmidt Veiga
PRODUÇÃO
Rafael Moretti
Carolina Câmara
_ASSISTENTE
Elton de Almeida
DIREÇÃO DE ARTE
Celso Longo
Daniel Trench
_assistentes de arte
Alexandre Drobac
Manu Vasconcelos
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Teté Martinho
_produção
Deborah Moreira
_tradução
Alexandre Barbosa de Souza
Anthony Doyle
_revisão
Regina Stocklen
MONTAGEM
Mauro Coelho
Metro Cenografia
_arquitetura
Ricardo Amado
_audiovisual
Alessandro Reis
Caio Gomes
Images Soluções Audiovisuais
_iluminação
Pedro Vargas
Electrica Cinema e Vídeo
_sinalização
Olho Digital
PROGRAMAS PÚBLICOS
_COORDENAÇÃO
Thereza Farkas
_assistente
Juliana Caffé
_ações educativas
Luis Filipe Porto
_convidados
Carla Caffé
Carlos Nader
Eduardo de Jesus
Gui Mohallem
Michel Sleiman
Moacir dos Anjos
monitoria
Luam Anastacio Marques
Mariana Hope Sartori
DOCUMENTAÇÃO
_vídeo
Maria Farkas
Marcelo Moraes
_foto
Clovis França
Everton Ballardin
Pedro Napolitano Prata
PESQUISA E PLATAFORMA:VB
Juliana Costa
Leonardo Zerino
Luan Ferraz
Régis Alves
Ruy Luduvice
COMUNICAÇÃO
_COORDENAÇÃO
Ana Paula Vargas
_desenvolvimento web
Eduardo Haddad
_mídias sociais
Kátia König
Thiago Felix Galvão
_assessoria de imprensa
Pool de Comunicação
AGRADECIMENTOS
Amelia Hinojosa
Carlos Roberto de Abreu Sodré
Eduardo Yoshio Yokoyama
Ivail José de Andrade
Jorge Mendes
José Kuri
Juliana Cappi
Kiko Farkas
Luis Fernandez
Marcelo Araújo
Marcelo Santos
Maria Felisa Moreno Gallego
Monica Manzutto
Renato Gadelha
Richard Vainberg
Roberto Bitelman
Sam Bardaouil / Till Fellrath
Samuel de Castro
